You have to ask yourself what brought the person to this point

quinta-feira, 3 de março de 2011

quero quero quero quero

As nossas perspectivas de uma existência sã e comum, de uma estação que clarifique o que representamos exactamente para cada um de nós porque na verdade nem sequer sei o que significa ao certo representar. Está tudo sempre tão evidente que não há sequer ensejos de figuração. Preciso de perspectivas, alternativas, possibilidades. Preciso de eloquências, loucuras, demências. És um doido varrido e falta-me essa instabilidade metódica que é tão espontânea quanto premeditada. Preciso de voltar a sentir-me no centro de tudo. No âmago de ti. De ti e de mim. No âmago da casa. No âmago do copo, da cama, da solidez, da expressividade. Porque faltam-me recursos para me manifestar e necessitar é tão estupidamente incongruente. Precisar, precisar, precisar…. quero! Quero voltar a sentir-me no âmago de tudo. Quero atingir e ultrapassar as dicotomias do admissível e inadmissível. Quero declinar e perder as concepções de íntegro e desacertado. Quero exceder as indulgências do meu corpo. Quero transgredir o meu ser. Quero atingir o epicentro do atingir. Quero tudo, tudo, tudo. Quero não lamentar. Não pensar. Não possuir a possibilidade de relacionar e de exemplificar. Quero ser tão desguarnecida e supérflua. Desabitada, e eu sei que assimilas esse vocábulo. Que ele comanda e resume a tua vida singularmente. Quero porque é insano e a insânia é saudável de seu modo. << Nenhuma insânia pode ser saudável. Ela mesmo o clarifica: insânia, loucura, demência, insensatez. Não é aceitável. Pondere sobre o que significam as palavras se é assim uma tão boa escritora. Se se considera assim uma tão eficiente jogadora, se sabe jogar com as palavras esclareça o significado delas primeiro. Tente encontrar o que está tão manifestamente ausente. Não há respostas exteriores a si. Não há nenhuma loucura que mereça recompensas.>>


História de uma Garrafa de Whisky, Conto 4: Ballantines

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